segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Copacabana

Até aquele momento, minha vida sempre foi um saco! Me chamo Carlos Alberto, moro no famoso bairro de Copacabana. Famoso por uma bela praia que já não é mais tão bela, por lindas mulheres que já não são tão decentes, e por funcionar como um gigantesco asilo. Trabalho em um banco perto de casa e vivo uma vida super rotineira. Chego em casa e tomo um bom banho, janto, e assisto 30 minutos(cronometrados) de televisão antes de deitar a cabeça no travesseiro, a espera do barulho do despertador para mais um dia de trabalho. Amigos? Até tenho, mas não são muitos. E sobre mulheres, prefiro não comentar...
Mas um dia, resolvi mudar, resolvi acabar com essa vida cheia de compromissos e de obrigações. Mas como? Como socializar com novas pessoas? Já estava muito velho para fazer amigos, precisava de algo maior, um companheiro, uma namorada! Era isso! Uma namorada! Comecei a procurar sites de relacionamentos na internet, e a tentar socializar mais no trabalho, mas nada. Estava ficando preocupado, me olhava no espelho e me via la, sozinho, desamparado. E foi numa dessas olhadas no espelho que eu percebi algo que mudaria minha vida. Se nenhuma mulher me quer, que eu namore comigo mesmo, com a minha pessoa. Eu eu acho que achei a solução pra tantos anos de tédio, eu me amo! Estava lá, bem debaixo do meu nariz e eu não enxergava. Estava apaixonado por mim mesmo, pela minha pessoa.
Estávamos nos dando muito bem! Eu conseguia me agradar como nunca, me elogiava como ninguém nunca me elogiou, me comprava presentes, me fazia companhia em horas de solidão... Minha vida estava ótima! Foi quando comecei a desconfiar de algo que eu jamais faria a minha pessoa, eu acho que eu me traí. Acho não! Tinha certeza, eu chegava em casa e percebia no meu próprio olhar que eu tinha outro. Que eu não era fiel a minha pessoa! Não agüentei tamanha traição. Esperei que eu chegasse em casa, peguei uma faca na cozinha, mas fiz questão que eu não visse, esperei que eu me virasse para mim, e enfiei a faca de cozinha na barriga de minha pessoa. E gritava: “Você não devia ter feito isso!”. E quando me vi ali chorando de tristeza e de dor, tentando tirar e ao mesmo tempo enfiar a faca mais e mais vezes, percebi que minha pessoa estava morta, mas há muito tempo.
Cristiano Sauma

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Sabe-se que...

Sejamos felizes, na saúde e na doença. Ricos ou pobres. No frio ou no calor. Nos mares ou no solo. Na terra ou nos céus. E apesar de tudo e de todos, sejamos felizes. Pois a felicidade está nas menores matérias, e nas maiores emoções. Penso ser uma pessoa feliz, e só isso já é suficiente para que meu corpo se encontre em um estado único de prazer, que ouso chamar de felicidade.
Sejamos humildes. A humildade é algo tão importante quanto parece. A humildade vence a inveja. Seremos humildes para que o supérfluo seja vencido. Usaremos a humildade para deixar de lado todos aqueles pensamentos de coisas que possuímos, da classe social em que estamos, de toda futilidade que destrói de uma certa forma nossa mente.
Rezo para que o amor bata minha porta, mas enquanto isso, quero que minha cabeça esteja entupida de humildade e felicidade. Para que o amor seja o pacote completo, o ingrediente que faltava. Meu dicionário diz que humildade e felicidade são dois itens existentes na definição de amor. Quando se ama, se é humilde, e principalmente, se é feliz. Então na alegria ou na tristeza, sejamos felizes e humildes. E principalmente, no palco, ou no Campo.

Cristiano Sauma

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Imaginando a Verdade

Venho de muito longe. Venho de uma terra distante. Um lugar diferente. Onde estrelas são realmente infinitas. Onde as nuvens realmente parecem algodão. Onde areia e água salgada são os dois únicos ingredientes na praia. Onde a lua ilumina a noite e onde o sol ilumina o dia. Nesse lugar brigas não são bem-vindas. A palavra guerra não pode ser encontrada em um dicionário, se este foi escrito em minha terra. E a palavra amor é a primeira. Uma terra verde, florida e principalmente, calma.
Nesse lugar, pessoas pedem desculpas. Agradecem. E abusam do “por favor”. Cumprimentam-se olhando nos olhos, e sorrindo. Porque convenhamos, sorrir não custa nada. E com o sorriso estampado no rosto, tudo fica mais fácil. Pois o sorriso de cada um diz muito sobre cada tipo de pessoa. Vejo pessoas tímidas, extrovertidas, simpáticas, medrosas e até mesmo, inseguras através de um sorriso. Todos são muito educados nessa minha terra, e a classe social de cada um não interferiria em nada nesse quesito.
Eu queria pode convidar todos a conhecerem essa minha terra, esse meu lar. Mas acho eu que isso nunca será possível. Já que ele não existe. 110% fruto de minha querida imaginação. Quem dera eu poder criar meus filhos em um lugar como este. Com pessoas mais tranqüilas, atentas, pacientes, amorosas. Ser carinhoso seria algo comum, e deveria, já que só depende de você. E não do seu dinheiro ou de outra pessoa. Muitas coisas só dependem de você, não custam nada. É uma pena que tenho que me contentar com esse tal planeta terra, com esse tal Brasil, esse tal Rio de Janeiro, essa tal... Cidade Maravilhosa?

Cristiano Sauma